Cuidados com seu cavalo em tempos de quarentena Covid-19

De acordo com os dados da FAO (2017) o Brasil é o terceiro país com o maior número de cavalos no mundo, (5,501milhoes de animais). Só no Estado do Paraná, temos 290 mil animais distribuídos em 99,606 propriedades (ADAPAR/DDA/GSA-2019). Destes, as propostas de uso, são diversas, a depender do perfil de uso na propriedade, do criador ou proprietário. No caso de animais mantidos para lazer ou competição, a COVID-19 teve uma forte ação negativa, principalmente em função do cancelamento do calendário dos eventos equestres. Atenta às necessidades de fomento à Industria Equestre, a ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), lançou o Guia de cuidados e Prevenção à COVID-19 (www.abqm.com.br).

Na verdade, o que fazer durante o período de isolamento social? Os cuidados diários continuam essenciais, escovação, banho, limpeza de cascos, água fresca, alimentação, estabulação, limpeza das baias, manutenção das pastagens, fornecimento adequado de verde (alimentos volumosos), sal mineral, redução da oferta de ração de acordo com a redução das atividades de treinamento. Exatamente, com o cancelamento das provas equestres, não há razão para continuar treinamento específico para cumprir o calendário das competições.

Em Centros de treinamento, os usuários podem não estar montando os animais, sendo assim, os cavalos, independentemente da categoria ou prova equestre podem estar com uma carga de gasto calórico reduzida.

O mais seguro manejo alimentar a ser seguido nesses casos é priorizar na pirâmide alimentar desses animais o uso preferencial de volumoso em maior quantidade, alimentos fibrosos, de boa qualidade para atender principalmente seu hábito alimentar e fisiologia digestiva: cavalos são animais pastejadores contínuos de ceco e colón funcional, preferencialmente deveriam ter acesso a uma pastagem de boa qualidade, se possível por um período mínimo de oito horas, para atender suas condições de bem-estar animal. Com o isolamento social, deve-se adequar a relação de mão de obra para os animais, algumas recomendações técnicas se referem a um tratador para cada seis cavalos (American Horse Council).

No gerenciamento da propriedade, deve-se garantir os estoques de alimentos (feno, ração, sal mineral) maravalha, medicamentos e outros suplementos. As instalações devem conter pias e bancadas disponíveis para lavar as mãos na chegada das pessoas e entre as diferentes atividades desenvolvidas, principalmente se os equipamentos de equitação estão sendo compartilhados. Consulte seu treinador, para adequação da redução das atividades de treino, siga as recomendações da OMS, lave suas mãos com sabão e água por pelo menos 20 segundos, sempre lave suas mãos ao chegar em casa, ou no local onde seu cavalo esta sendo criado, uso de álcool em gel 70% , quando não for possível lavar as mãos com água e sabão, cubra sua boca e nariz ao tossir, uso de mascaras obrigatório, evite aglomerações de pessoas, não toque seus olhos, nariz ou boca, principalmente se suas mãos não estão lavadas. Sabemos que cada cidadão tem a opção de praticar o isolamento social, aconselhe o proprietário do cavalo a não vir visita-lo, mas, se não for possível, pratique todas as indicações de como evitar a contaminação do Covid-19. Lembre-se, de acordo com a OIE, a Covid-19 é transmitida entre humanos, não há evidências de que os animais sejam transmissores, portanto é nosso dever continuarmos a atender as condições de bem-estar dos animais e nos protegermos de nós mesmos.

Profa Dra Ana Alix Mendes de A. Oliveira

Zootecnista, Coordenadora do  Setor de Equideocultura da UNIOESTE-MCR, GEPEQUI UNIOESTE.